Por Guto Bastos

Quando Gladiador estreou em 2000, Ridley Scott redefiniu o épico romano para o cinema moderno. Vencedor de cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Russell Crowe, o longa marcou uma geração ao misturar drama pessoal, ação brutal e uma crítica ao poder imperial. E já se passaram mais de duas décadas desde seu lançamento. E fica a pergunta: precisava mesmo de uma continuação? Afinal, o original beira a perfeição.

Mas eis que em 2024, Gladiador 2 finalmente chega aos cinemas. Ridley Scott retorna a esse universo com novos personagens, novos conflitos e a mesma ambição de impactar o público com uma narrativa épica, violenta e cheia de emoção. Porém, já adiantamos: o resultado não está à altura do primeiro.

Nesta nova história, ambientada cerca de 15 a 20 anos após os eventos do primeiro filme, acompanhamos Lucius Verus (Paul Mescal), agora um homem feito, que tem sua vida virada do avesso quando o general Marcus Acacius (Pedro Pascal) invade sua cidade, mata sua esposa e o leva como prisioneiro.


A partir daí, a trajetória de Lucius segue os passos de Maximus, seu pai biológico, mesmo que ele ainda carregue dúvidas sobre sua verdadeira linhagem. Nos campos de treinamento de gladiadores, Lucius descobre uma força interior que ecoa o espírito do herói do primeiro filme. Claro, como manda a fórmula, ele será levado ao Coliseu, onde ganhará fama e se tornará o novo campeão do povo.


O Império Romano continua decadente e liderado por figuras instáveis. Aqui temos os jovens imperadores Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger), retratados como ambiciosos e emocionalmente desequilibrados. O elenco ainda conta com Denzel Washington no papel de Macrinus, um mercador de armas e escravos manipulador, que rouba a cena sempre que aparece. Connie Nielsen também retorna como Lucilla, agora uma figura mais madura, dividida entre o dever e os fantasmas do passado.

Um dos grandes destaques de Gladiador 2 são, claro, as cenas de batalha. O filme aposta alto no espetáculo visual e tenta superar o primeiro em escala. Mas é aí que mora parte do problema. Há lutas com babuínos, rinocerontes e até tubarões, sim, o Coliseu é inundado para uma batalha naval com predadores à espreita. São ideias ousadas, mas que acabam soando exageradas e prejudicam a suspensão de descrença.

Os efeitos visuais, em muitos momentos, deixam a desejar. O uso excessivo de CGI tira o peso e o impacto das cenas, tornando algumas batalhas mais artificiais do que épicas. E isso é um contraste forte com o primeiro Gladiador, conhecido justamente por seu realismo e força dramática.

Ainda assim, o filme tem seus méritos. As atuações são, em grande parte, competentes, Paul Mescal entrega um Lucius introspectivo, mas convincente. Denzel Washington eleva o nível com sua presença magnética, mesmo em um papel secundário. Pedro Pascal traz intensidade ao vilão, embora seu personagem seja um tanto genérico.

O roteiro, por outro lado, escorrega em algumas decisões. Certos momentos beiram o absurdo, e a tentativa de emular o impacto emocional do primeiro filme não é plenamente bem-sucedida. Mas há momentos em que a emoção aflora, principalmente quando o filme abraça seus elementos clássicos: honra, vingança e liberdade.

Gladiador 2 pode não alcançar o status lendário do original, mas ainda assim oferece uma experiência cinematográfica grandiosa para quem aprecia filmes épicos. Vale a pena ser visto, especialmente por fãs do primeiro, mesmo que seja com expectativas moderadas.

NOTA 


Confira o trailer de Gladiador 2

Repercussão do filme até a data de publicação deste texto:

Gladiador 2 (2024)

IMDB – 6,5/10

https://www.imdb.com/pt/title/tt9218128/?ref_=nv_sr_srsg_0_tt_7_nm_1_in_0_q_gladia

LETTERBOXD – 3,3/5

https://letterboxd.com/film/gladiator-ii

ROTTEN TOMATOES – 70% Crítica / 81% Público

https://www.rottentomatoes.com/m/gladiator_ii


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